Roberto Lira
Vez por outra, nos deparamos com fatos noticiados
sobre o comportamento humano, que alimentam os mais variados comentários tanto nas
mídias como nas conversas particulares. Nos últimos dias, dois desses fatos foram
profusamente discutidos: o polêmico caso do suposto estupro no programa “BBB
12”, envolvendo os personagens Daniel e Monique; e o caso, não menos polêmico,
do cartunista Laerte (bissexual assumido), que como crossdresser foi impedido de freqüentar um banheiro feminino numa
pizzaria em São Paulo.
Esta escrevinhação não tem por objetivo discutir
as razões dos personagens envolvidos nos casos acima referidos, nem tomar
partido em relação as suas condutas. Pensamos que qualquer posicionamento em
relação às questões suscitadas, certamente não nos guiará para a construção de
uma sociedade em harmonia com o Pensamento do Criador. Assim, deixamos de lado
os lamentáveis exemplos acima referidos e voltaremos nossa atenção para a busca
de exemplos que possam nos inspirar na renovação de nossas condutas. Já que
estas, em última análise, são o elemento constitutivo da nossa sociedade.
A tônica da sociedade contemporânea tem
sido a ignorância transformada em dogma político, religioso ou interesse mercantilista.
Nossa moralidade é baseada em preconceitos questionáveis, quase sempre,
decorrentes de crenças fundamentalistas, em detrimento de Valores Universais. A massificação consumista que vivemos nos faz
crer que possuir dois aparelhos de TV, ou dois carros, nos faz duas vezes mais
felizes do que se tivéssemos um só. A Lei do Gerson é o programa que norteia nossa
ética. O desrespeito aos meios ambientes de todas as espécies, inclusive a
humana, é calamitoso. Et cetera... Et cetera... Et cetera... Frente a isso, pensamos ser meritório refletimos
sobre o destino da sociedade que queremos.
Retornar “A Ilha” de Huxley, com o intuito
de extrair compreensões para renovar o viver diário, para muitos pode ser uma
inglória “viagem” mental. Não consentimos com esse pensamento. Para nós, as
compreensões extraídas com discernimento da paradisíaca Ilha de Pala podem
tornar-se matéria prima primordial para uma saudável renovação de nossas
condutas, no aqui e no agora.
Ao nos deparamos com os relatos sobre a
sociedade palanesa, podemos observar uma civilização muito distinta da que ora
vivenciamos. Já que a nossa sociedade não nos tem oferecido exemplos a serem
enaltecidos. Talvez, se pinçarmos com o devido cuidado, alguns exemplos da vida
na Ilha de Pala possam servir de inspiração para uma renovação benfazeja de nossas
condutas. É claro que tais exemplos, prudentemente selecionados, além de
coerentes, devem estar em consonância com a própria consciência.
A sociedade palanesa se
beneficia de uma educação muito diferente na nossa. Com um educação baseada no
perfeito equilíbrio entre ciência e espiritualismo, todos os temas são tratados
com naturalidade e em harmonia com a real natureza humana. Os palaneses sabem
que a Sabedoria não faz insanas separações, destituídas de sentido, como as
entre o homem e a natureza, entre a natureza e Deus e entre a carne e o espírito.
A vida é um todo indivisível. Em Pala, como a
religião não é institucionalizada, o que se evidencia é a experiência real,
portanto, desconsidera-se a crença em dogmas improváveis e as emoções decorrentes
dessa crença. Para os palaneses não há “povo eleito” nem “terras santas”. Assim,
ficam salvos das pragas do papismo e das revivificações fundamentalistas. Na
Ilha de Pala, sentimentos de superioridade ou reivindicação de quaisquer
privilégios são considerados incompatíveis com a moralidade, com a integridade
humana e com um sistema social condigno. O que a sociedade palanesa valoriza é a liberdade e
a realização plena das potencialidades de seus habitantes. Resumindo, a modesta ambição dos palaneses é viver como seres humanos
“integrais”, em perfeita harmonia com a vida que os cerca, desse modo, tornam-se
adultos plenamente realizados.
Extrair alguns exemplos da feliz
sociedade palanesa, para inspirarmo-nos e incorporarmos em nosso cotidiano, pode
não ser coisa fácil. São poucas as
possibilidades de que isso possa acontecer, mas pode ser que aconteça.
Atenção! Aqui e agora!
Aos interessados, o “visto” para uma
visita a feliz Ilha de Pala está disponível neste weblog. É só acessar no link Livros:
Aldous Huxley - A Ilha.
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