domingo, 5 de fevereiro de 2012

Renovando idéias numa breve visita a “A Ilha” de Aldous Huxley

Roberto Lira

Vez por outra, nos deparamos com fatos noticiados sobre o comportamento humano, que alimentam os mais variados comentários tanto nas mídias como nas conversas particulares. Nos últimos dias, dois desses fatos foram profusamente discutidos: o polêmico caso do suposto estupro no programa “BBB 12”, envolvendo os personagens Daniel e Monique; e o caso, não menos polêmico, do cartunista Laerte (bissexual assumido), que como crossdresser foi impedido de freqüentar um banheiro feminino numa pizzaria em São Paulo.

Esta escrevinhação não tem por objetivo discutir as razões dos personagens envolvidos nos casos acima referidos, nem tomar partido em relação as suas condutas. Pensamos que qualquer posicionamento em relação às questões suscitadas, certamente não nos guiará para a construção de uma sociedade em harmonia com o Pensamento do Criador. Assim, deixamos de lado os lamentáveis exemplos acima referidos e voltaremos nossa atenção para a busca de exemplos que possam nos inspirar na renovação de nossas condutas. Já que estas, em última análise, são o elemento constitutivo da nossa sociedade.

A tônica da sociedade contemporânea tem sido a ignorância transformada em dogma político, religioso ou interesse mercantilista. Nossa moralidade é baseada em preconceitos questionáveis, quase sempre, decorrentes de crenças fundamentalistas, em detrimento de Valores Universais.  A massificação consumista que vivemos nos faz crer que possuir dois aparelhos de TV, ou dois carros, nos faz duas vezes mais felizes do que se tivéssemos um só. A Lei do Gerson é o programa que norteia nossa ética. O desrespeito aos meios ambientes de todas as espécies, inclusive a humana, é calamitoso. Et cetera... Et cetera... Et cetera...  Frente a isso, pensamos ser meritório refletimos sobre o destino da sociedade que queremos.

Retornar “A Ilha” de Huxley, com o intuito de extrair compreensões para renovar o viver diário, para muitos pode ser uma inglória “viagem” mental. Não consentimos com esse pensamento. Para nós, as compreensões extraídas com discernimento da paradisíaca Ilha de Pala podem tornar-se matéria prima primordial para uma saudável renovação de nossas condutas, no aqui e no agora.

Ao nos deparamos com os relatos sobre a sociedade palanesa, podemos observar uma civilização muito distinta da que ora vivenciamos. Já que a nossa sociedade não nos tem oferecido exemplos a serem enaltecidos. Talvez, se pinçarmos com o devido cuidado, alguns exemplos da vida na Ilha de Pala possam servir de inspiração para uma renovação benfazeja de nossas condutas. É claro que tais exemplos, prudentemente selecionados, além de coerentes, devem estar em consonância com a própria consciência.  

            A sociedade palanesa se beneficia de uma educação muito diferente na nossa. Com um educação baseada no perfeito equilíbrio entre ciência e espiritualismo, todos os temas são tratados com naturalidade e em harmonia com a real natureza humana. Os palaneses sabem que a Sabedoria não faz insanas separações, destituídas de sentido, como as entre o homem e a natureza, entre a natureza e Deus e entre a carne e o espírito. A vida é um todo indivisível. Em Pala, como a religião não é institucionalizada, o que se evidencia é a experiência real, portanto, desconsidera-se a crença em dogmas improváveis e as emoções decorrentes dessa crença. Para os palaneses não há “povo eleito” nem “terras santas”. Assim, ficam salvos das pragas do papismo e das revivificações fundamentalistas. Na Ilha de Pala, sentimentos de superioridade ou reivindicação de quaisquer privilégios são considerados incompatíveis com a moralidade, com a integridade humana e com um sistema social condigno. O que a sociedade palanesa valoriza é a liberdade e a realização plena das potencialidades de seus habitantes. Resumindo, a modesta ambição dos palaneses é viver como seres humanos “integrais”, em perfeita harmonia com a vida que os cerca, desse modo, tornam-se adultos plenamente realizados.

Extrair alguns exemplos da feliz sociedade palanesa, para inspirarmo-nos e incorporarmos em nosso cotidiano, pode não ser coisa fácil.  São poucas as possibilidades de que isso possa acontecer, mas pode ser que aconteça.

Atenção! Aqui e agora!

Aos interessados, o “visto” para uma visita a feliz Ilha de Pala está disponível neste weblog. É só acessar no link Livros: Aldous Huxley - A Ilha.


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