segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Sendeiro e a Religação


Roberto Lira

O conhecimento atual nos aponta um plano determinístico, estabelecido pelos nossos genes, em relação a nossa formação e desenvolvimento físico. Seguir as recomendações consensuais da ciência sobre a condução do nosso corpo físico têm nos permitido maiores possibilidades de realizarmos com sucesso nosso potencial genético, tanto como espécie quanto como indivíduo. As polêmicas sobre essa condução são mínimas ou irrelevantes.
Quando voltamos nossa atenção para um conhecimento que nos indique uma Senda para o nosso desenvolvimento psicológico/espiritual, nos parece que as encruzilhadas são muitas. Mesmo esse Sendeiro sendo procurado desde tempos imemoriais, as polêmicas são infindáveis e as conclusões inconciliáveis.
Tendo em vista que nosso bem estar e desenvolvimento psicológico/espiritual individual é relativo, pois nossa singularidade assim determina, ficamos a refletir qual o caminho ou caminhar que pode nos conduzir a estabelecer uma ligação, ou melhor, uma Religação com um possível Plano Universal, seja ele determinístico ou não.
As tradições por meio de suas doutrinas e/ou rituais condicionantes têm nos apontado diversos caminhos/caminhares para a referida Religação. No nosso ponto de vista até o presente, a constatação dessa realização nestes caminhos carece de evidências. Assim, pensamos que o verdadeiro Sendeiro para essa Religação deve ser encontrado por nossa consciência, com assessoria da razão e do coração. Ele pode até nos ser apontado por alguém que tenha se adiantado no seu caminhar, mas pensamos que ele deve ser  construído por cada individuo no seu viver aqui e agora, portanto é um caminho/caminhar singular, ou seja, pessoal e intransferível. As tradições institucionalizadas ou não, por bem intencionadas que sejam, em nosso ponto de vista só nos tem trazido entorpecimento e submissão.
Frente a essa questão, qual o nosso dever com o próximo?
Pensamos que o ser psicológico/espiritual é construído em seus diálogos com o próximo, e por extensão, em suas relações com a vida como um todo. Desse modo, é nosso dever individual compartilhar com o próximo o que enxergamos desse viver sem exigir que esse próximo, por mais próximo que ele nos seja, siga ou se vincule às nossas convicções.
O Sendeiro certeiro
Não tem cocheiro nem cordeiro
E não é herdeiro do mosteiro
A Religação pode ser apenas suposição ou não
Nossa afirmação é que não é repetição
Essa grande expedição é nossa obrigação!

Atenção! Aqui e agora!